segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Paulinho Moska.


Rio de Janeiro, Setembro, dia 18.
A tarefa não é das mais fáceis...
Escrever sobre um cara de quem sou fã e de certa maneira influencia meu trabalho.
Mas desafio aceito, lá fui rumo a cidade maravilhosa ( sim, o Rio meus amigos, ainda é lindo mesmo e nem um apaixonado por Porto Alegre como eu deixa de torcer para que a cidade recupere sua segurança e bem estar), destino: Lapa, mais precisamente Estrela da Lapa, onde Paulinho Moska apresentaria seu “+ Novo de Novo”, recente CD e dvd gravados no Teatro Rival com um apanhado do que melhor produziu o artista.
Moska é daqueles caras que respira música, poesia, arte. Gosta do que faz, interage com o publico, tem brilho nos olhos, você sente o prazer do artista no palco. O jogo já começa 1 a 0 quando existe esta sinergia.
Logo de cara vem “Tudo Novo de Novo” com seu verso sintomático, “vamos começar colocando um ponto final...”, seguida de “Lágrimas de Diamantes”, onde surgem jogos de palavras como “à noite lágrimas de diamantes, de dia lágrimas, a noite amantes...”.
Vejo um cantor iluminado e com a simplicidade dos grandes artistas, vejo um público extasiado e feliz com o desfile de música e poesia. Seguem “Idade do Céu”, “Cheio de Vazio” onde Moska afirma que “o vazio é um meio de transporte pra quem tem coração cheio”, “Trampolim” e outras.
Com o jogo ganho, time entrosado (Nilo Romero, Christian Oyens e Humberto Barros, quase uma seleção brasileira da música), Moska ainda arremata a platéia com a belíssima “Admiração” com a participação do amigo e produtor Sacha Amback, outro selecionável, onde ele prova que falar de amor é bonito sim e não precisa ser piegas, em versos como “meus olhos famintos não se cansam de te acariciar, procuram sempre um novo ângulo pra te admirar e sonham mergulhar na tua boca de vulcão, provar todo o calor que há na sua erupção...” Deleite para os ouvidos e corações.
A sensação que fica ao deixar a Lapa depois de ouvi-lo e trocar algumas palavras com o cantor no camarim, é que existe um Brasil injusto, cego e capenga, com uma mídia alimentada com doses diárias de comida sem tempero, com prazo de validade vencido, quando não estragada e que ignora talentos como Paulinho Moska e outros de sua geração e qualidade. E ficamos a mercê de Calipsos e Latinos, achando que nossa música está perdendo o brilho.
Quer uma dica?
Vá a uma loja de discos. Peça pra ouvir “+ Novo de Novo” ou mesmo um dos 6 CDS anteriores de Moska ( Vontade, Pensar é Fazer Música, Contrasenso e o ótimo Móbile, além de Tudo Novo de Novo e Ao vivo) e descubra que a nossa música não perdeu o brilho, só precisamos tirar o pó para enxergar melhor as cores, a poesia, a melodia. Sim, o Brasil musical ainda é belo!
Obrigado Paulinho Moska.
A Lapa ficou iluminada naquela terça feira à noite.

Confere: www.paulinhomoska.com.br

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Dudu Nobre.


Pense nos mestres do samba...
Aqueles que você se acostumou a ouvir quando criança. Que mesmo quem não é do samba, sabe entoar algumas pérolas musicais..
Tem uma lista: Zeca, Martinho, Beth, Almir Guineto, Jorge Aragão, Fundo de Quintal, Jovelina e outros tantos e maravilhosos baluartes do samba.
Pois bem, pegue isso e acrescente modernidade e jeito moleque, sem perder a essência, talento refinado e bom gosto apurado. Chegamos a Dudu Nobre!

Este carioca nascido em Vila Isabel começou a arranhar os primeiros acordes aos 5 anos, com um cavaquinho dado pelo tio. Cresceu no meio dos mestres citados e muito cedo mostrou a que veio. Compositor talentoso, cantor de ginga e voz afiada e instrumentista competente, não demorou chamar a atenção.
Mesmo quem nunca ouviu Dudu, já ouviu sua obra nas vozes de Zeca Pagodinho, Beth Carvalho e outros, como a conhecida “Faixa Amarela”, sucesso de Zeca. Dudu também regravou o sucesso que abre todas as quintas o seriado “ A Grande Família”.
Sessenta composições depois, entre excursões com Zeca Pagodinho, com quem tocou por 6 anos, Dudu gravou seu primeiro cd no ano de 2000, produzido pelo produtor Rildo Hora ( este uma lenda do samba como produtor). Cabe lembrar que Dudu Nobre cursou Direito até o 5º semestre, até que um belo dia discutiu com o professor, pois este não quis mudar a data de uma prova que coincidia com uma excursão do músico. Azar do Direito, sorte da música e de todos nós que ganhamos um autêntico representante da mais fina flor do samba de roda.

De lá pra cá foram 4 cd´s e muitos e incontáveis sucessos e uma carreira que promete brilhar cada vez mais.
Quer se divertir e ficar de bem com a vida?
Prepare uma caipirinha, chame os amigos, aproveite o sol lá fora, arraste os móveis da sala, ponha Dudu Nobre ao Vivo, de 2004 ( BMG) no player. Comece com “Tempo de Don Don”, avance para “Mexe, Mexe, Bole Bole” e “Feliz da Vida”. Com o jogo ganho e a torcida feliz, dê o tiro de misericórdia com “A Grande Família”. Festa garantida e certeza de dias melhores. Seus amigos vão querer voltar com certeza.

Ahhh! Não agradeça a mim. Créditos ao talento de Dudu Nobre!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

James Morrison.


Quem assistiu a novela global, "Paraíso Tropical", que terminou recentemente, deve recordar dos personagens Gilda e Gustavo.
Mas não se trata aqui de alguma reflexão do folhetim ou da astúcia do autor Gilberto Braga, até porque confesso estar entre uma minoria que não assistiu as peripécias de Antenor, Olavo, Bebel e cia. (sim, ainda que não tenha assistido não há como estar na face da terra e não saber os nomes dos personagens, já que para isso basta andar pelas ruas, comer em algum restaurante ou parar distraidamente numa banca de jornal).
Bom, mas não se trata aqui, como falei, de discorrer sobre os personagens acima citados, mas sim sobre a trilha sonora. Já que nosso papo aqui é música. Chegamos então no jovem James Morrison, 22 anos, nascido na cidade de Rugby, Inglaterra, ganhador do brit ward de melhor cantor de 2007 e dono do (talvez) hit do ano "You Give me Something". Um pop soul com um refrão irresistível e melodia saborosa.
James, é uma grata revelação da música, e traz consigo alguns ingredientes do grande artista. Começou a brincar com música aos 5 anos, autodidata, mergulhou no blues e no soul por influência de um tio, sofreu 4 acidentes sérios dos quais foi ressuscitado no hospital! e finalmente caiu nas graças do público ao lançar um elogiado cd de estréia chamado "Undiscovered".
Pouco?
"You Give me Something" é uma das músicas mais tocadas em players do mundo todo e transformou Morrison no queridinho da vez dos ingleses e porque não dizer do pop mundial. Vale a pena conferir o balanço sedutor de '"One Last Chance", onde ele canta "Eu tenho uma última chance para me encontrar..." ou a pulsante " Under the Influence" onde ele brada, " confio no seu coração e não preciso de mais nada..."
Encontramos assim um cantor capaz de resgatar o melhor de ícones do passado como Al Green ou Otis Reding. Alma, força e coração, em cada verso , cada melodia.
Veio pra ficar?
Vamos esperar os próximos capítulos!

Confere: www.jamesmorrisonmusic.com